Faça o seu próprio vitral!

Elisabete Figueiredo—HOMIFY Elisabete Figueiredo—HOMIFY
Présence, atelier 1..2..3 vitrail atelier 1..2..3 vitrail Modern houses
Loading admin actions …

Hoje falamos de vitrais! Sim, vitrais. Daqueles que está acostumado a ver nas igrejas por esse país fora! Mas não fique já a pensar que só existem desses… Os vitrais têm um apelo estético que ainda não está perdido na definição atual de arte, nem nos conceitos modernos de decoração! E se essa beleza o seduz saiba que é possível incluí-los na sua casa, seja qual for o estilo de decoração escolhido.

Mas o que são vitrais, exatamente? Chama-se vitral aos elementos arquiteturais e decorativos constituídos por pequenas peças de vidro, geralmente coloridos, combinados para formarem desenhos. A arte de elaborar vitrais vem do oriente e data do século X, tendo-se tornado uma espécie de imagem de marca da arte sacra, tanto devido ao seu preço como à sua versatilidade. A técnica antiga e clássica de fabrico de vitral utilizava o chumbo nas uniões e soldaduras, mas atualmente existem métodos mais avançados que usam produtos menos tóxicos.

Apesar de parecer à partida uma arte muito complicada há crianças que a aprendem nas escolas, embora utilizem folhas de plástico colorido ao invés de vidro, e com as ferramentas certas e alguma imaginação o leitor também a poderá praticar.

Numa porta interior, numa janela especial, na sala ou onde o seu desejo o determinar, um lindo vitral vai colorir o ambiente, ou apenas atrair o olhar e a cobiça dos seus visitantes!

Venha connosco e conheça uma arte, um pouco esquecida, que pode dar muita cor à sua casa e até tornar-se o seu passatempo preferido!

Ferramentas e materiais

Antes de pensar e projeto e desenhos, vamos começar a tomar contacto com os materiais e as ferramentas de que vai necessitar. 

Vai precisar de adquirir alguns equipamentos específicos para fazer o seu projeto de vitral. São ferramentas e materiais simples, que pode encontrar de lojas de ferramentas ou de artesanato, mas encontra-as mais facilmente em lojas da especialidade. E arme-se de paciência, pois vais partir algum vidro até acertar com a técnica! 

Vamos então à lista de compras: 

- Um cortador de vidros—Há vários tipos disponíveis. O cortador manual proporciona mais flexibilidade e maior precisão de corte. O cortador de estilo lápis é o indicado para iniciantes e para fazer o corte de reconhecimento, porque tem pressão constante e permite um melhor controlo da operação. Para cortar vidro grosso e também para iniciantes a pistola de corte é muito útil pois tem um grande aperto, e por isso não necessita de tanta força na mão para fazer a sua operação é uma boa escolha. 

 - Alicate - esqueça os alicates que tem em casa. Os alicates comuns não devem ser usados neste tipo de tarefas. Vai precisar de um alicate específico para trabalhar com vidro, que poderá solicitar na loja. 

- Folha de cobre—este produto vem em vários, dependendo da largura do vidro. Ela é usada para armazenar as peças de vidro juntas através do adesivo que tem num dos lados. 

 - Ferro de solda e solda—A solda é uma mistura de estanho e chumbo. Quanto mais alto for o teor em estanho, menor será o ponto de fusão, o que significa que irá fluir mais rapidamente e ficará com um acabamento mais prateado. O ferro de solda de que precisa deve ter no mínimo 75 watts, e existem ferros de solda específicos para fazer vitrais. 

- Lixadora ou esmeriladora—se não tiver uma esmeriladora pode optar por lixa de carbono para conseguir o acabamento das suas peças de vidro

Planear e desenhar sobre o vidro

Escolha o desenho que vai servir de base ao seu trabalho. Se tem jeito pode desenhar a sua própria imagem ou padrão, se não tem pode sempre usar uma imagem da internet, de um livro ou de qualquer outra fonte, desde que tenha em conta os direitos de autor. 

Em seguida transfira-o para papel milimétrico. Pode usar um projetor ou papel químico, ou mesmo imprimir no papel químico, mas neste caso cuidado com as distorções da imagem. Faça os ajustes necessários. Coloque o desenho sob o vidro e copie com uma caneta de acetato fina.

Cortar o vidro (linhas retas e linhas curvas)

Já tem o seu desenho impresso no vidro. Agora está na altura de cortar as linhas curvas e retas que desejou, mas antes o melhor é fazer uma gravação. Torna o corte mais fácil e permite um melhor controlo do acabamento.

Então para gravar use o cortador com pouca pressão sobre as linhas que traçou. Vai ouvir um ranger agudo, por isso comece já a usar protetores auditivos!

E depois corte.

Os métodos de corte variam com a curvatura das linhas e com o seu tamanho. O vidro tem sempre que ser cortado traçando as linhas vincadas no passo anterior, mas existem diferentes técnicas para linhas retas e curvas. Para linhas retas, uma vez que a linha é gravada pode colocar os alicates na fenda e apertar delicadamente a com firmeza para cortar o vidro.

A técnica de corte para as linhas curvas é um pouco mais complicado, mas não deixa de ser simples. Para cortar linhas curvas utilize o cortador de vidro para efetivamente cortar através do vidro. Não se preocupe se a peça quebra de forma um pouco irregular, pois poderá lixá-la mais tarde. Como iniciante mantenha as curavas pouco acentuadas, pois as curvas profundas devem ser efetuadas como uma uma série de curvas pouco profundas para que o vidro não quebre sozinho, e isso complica bastante o processo.

Esmerilamento e folheamento com cobre

Agora que já tem as peças cortadas é altura de lixar as arestas para as tornar mais suaves. 

Nesta fase recomenda-se paciência e muito cuidado para não lascar ou danificar as peças. Para conseguir um acabamento bem fino coloque as peças recortadas sobre o padrão original e ir ajustando as arestas lentamente. Isto vai garantir que as peças encaixam na perfeição. 

Também é aconselhável construir uma moldura à volta das peças já esmeriladas à medida de maneira a que não deslizem quando estiver a folhear o vidro. Pode conseguir este efeito com uma massa de plasticina por exemplo. Seguidamente pode proceder ao revestimento do vidro com cobre. Este revestimento pode ser feito com a mão ou com a ajuda de uma tabela especial para essa tarefa. Depois de retirar o revestimento, o vidro deve ser centrado sobre a folha. Esta película pode ser pressionada contra o vidro com a ajuda de uma espátula de modo a conseguir um revestimento e uma aderência corretos.

Soldadura

Esta é talvez a tarefa mais delicada e que exige maior calma e concentração, por isso escude-se com muita paciência e comece a juntar os pedaços de vidro que cortou soldando-os!

Primeiro junte as peças, depois estanhe as junções e por último complete com a solda.

Mas vamos por passos… Para manter as unidas aplique pequenos pontos de solda sobre as áreas desejadas, junte as peças, e depois aplique mais uma pérola de solda na parte superior. Assim que tiver todas as peças coladas a formar o desenho, pode iniciar a colocação do estanho nas linhas de junção.

Para estanhar as emendas comece por juntar fluido em todas as junções, e de seguida, aplicar uma quantidade fina e plana de solda em todas as junções. Certifique-se de que faz o revestimento completo de toda a folha de cobre. Aplique uma nova camada de solda nas junções estanhadas, e depois uma quantidade maior de solda para finalizar as costuras.

Escrito assim até parece simples, mas conseguir executar uma peça como a da imagem, aplicada no saguão uma uma antiga casa de Lisboa recuperada pela Belgas Constrói Lda. vai-lhe levar algum tempo e muita perseverança!

Emoldurar e expôr

E pronto! Conseguiu! Chegou ao fim de um projeto com algum grau de dificuldade. Resta-lhe agora emoldurar a sua peça. Este passo não é absolutamente obrigatório mas vai valorizar e proteger o seu precioso trabalho. 

As molduras podem ser de chumbo ou de zinco. O zinco é mais fácil de moldar pois chumbo requer grande quantidade adicional de solda para fixar. 

Expor o seu trabalho pode parecer algo simples a esta altura mas também requer alguns cuidados e o melhor é usar ganchos estáveis, com vários pontos de fixação pois este tipo de peças é bastante frágil. Evite também expor a sua obra em locais com vibrações evidentes… os danos depois são irreparáveis.

Gostou deste projeto faça você mesmo? Quer ver outro? Continue a ler aqui.

Need help with your home project?
Get in touch!

Highlights from our magazine